28.2.09

Acerca dos “limites” da arte - tópicos para reflexão vs questões inquietantes

Ainda sobre os acontecimentos em Braga, a propósito da capa do livro, pintura de Corbet, vejamos alguns nús de artistas plásticos portugueses:

                             2 obras de Cutileiro: Escultura e desenho de nú feminino

 clip_image001    Nu feminino Cutileiro  

     Obra de Artista plástico português,

possivelmente invocando a génese do mundo

 artista plástico  nu

                   2 Nús de Rosário Andrade

                                                                                     Eduardo Viana, Museu do Chiado - Lisboa

                                         image                                                   (1881 - 1967)image

nu de Rosário Andrade  nu, rosario andradeeduardo_viana8g

   Nú, de Catarina Garcia             e, passando para o plano internacional, temos aqui um

                  image                                    belíssimo nú de Modigliani (Amadeo)image

nu de catarina garcia     nude-nu-1917-modigliani-amadeo-thumb 

    Vejamos o nú de Lucian Michael Freud, obra absolutamente interditada nas bancas de Braga!image

LucianFreud 

Alguns dados biográficos do pintor alemão, nascido em Berlim em 1922, neto do psicanalista Sigmund Freud:

Freud estudou na Central School of Art em Londres, depois, com grande sucesso, na Cedric Morri's East Anglian School of Painting and Drawing em Dedham, e também na Universidade londrina de Goldsmiths de 1942 a 1943. Lucian Freud foi professor visitante na Slade School of Fine Art de 1949 a 1954, na Universidade de Londres.

A partir da década de 1950 começou a pintar retratos, geralmente nús, excluindo tudo o mais. Nas palavas do artista "o assunto do tema é autobiográfico, tudo tem sempre a ver com esperança e memória, sensualidade e envolvimento." É actualmente o pintor vivo mais caro do mundo.

O crítico de arte Óscar Faria define  a sua forma de pintar “realista e bastante carnal”. “Essa figuração de tão real chega a impressionar”. “A obra de Freud tem uma singularidade no campo figurativo que outros pintores não têm”, disse ao PÚBLICO o crítico de arte.

Lucian_Freud

Esta obra foi vendida por 33,6 MILHÕES de dólares, o valor mais alto de todos os tempos para a obra de um artista vivo, ultrapassando Picasso e Van Gogh. É uma obra de arte, ou um atentado à moral? Lucien Freud, Two Men (1987-88)oil on canvas 

Termino levantando algumas questões – quais as fronteiras da arte? Existe pornografia na arte? Existe arte erótica? O que é o belo? O que é repulsivo e imoral? Estes critérios pertencem ao livre arbítrio de cada um? Tem a ver com a sensibilidade estética ou com conceitos morais? Deixo-vos fotografias de Pompeia e tópicos para reflexão.

Pompeia, 2007 (75)  Pompeia, 2007 (90) Pompeia, 2007 (9)

5 comentários:

Iscte 72-77 disse...

Adorei esta mensagem. A tacanhez de espirito reina em Braga...acho uma infelicidade....

O blog Cata.Vento tb estruturou uma mensagem sobre esta temática com que tb concordo inteiramente.O erotismo está na vida porque não havia de estar na arte??

anamar disse...

Olá, viva Riscos e Rabiscos! Obrigada pela visita e já tinha reparado que me "acompanhava"!
Não sei se por desatenção, só hoje reparei no fim do comentário o seu endereço! Andei hoje a ver se a via..., mas nariz na porta!
Adorei o seu blogue e vou pô-lo já na minha lapela...
Parabéns....
Um destes dias havemos de falar!
Ana

Riscos e Rabiscos disse...

anamar: Obrigada pela visita e pela inclusão na lapela! ;-) idem, idem :-)
Hoje estive por lá, em História de arte contemporânea. Aconselho vivamente!
Até breve

Iscte7277: Obrigada pelo comentário. Foi importante saber, pois receava ter sido demasiado "ousada" na escolha dos nús. De facto este lamentável episódio de Braga vem despoletar uma reflexão interessante sobre a liberdade artística.

Mare Liberum disse...

Continua polémica esta discussão como sempre foi através dos tempos. O nu, inicialmente ligado à fecundidade da natureza, veio alargando com os tempos e, muitas vezes, foi deturpado por mentes pérfidas que, insidiosamente, tentam ver aquilo que nunca foi objectivo do artista.
Há, no entanto, que respeitar outras leituras embora possamos discordar.

Bem-hajas!

Riscos e Rabiscos disse...

Sim Cata-Vento, há que haver coerência, e como tal, saber aceitar e respeitar opiniões discordantes. Aqui reside a questão primordial da democracia. O respeito pela pluralidade de pensamento. Que não é incompatível com a análise crítica.
Obrigada pela visitinha :-)